Literatura gramática e civilidade.docVIP

Gostaria de iniciar indicando o campo em que circunscrevo esta apresenta??o, o das transforma??es do papel filosófico-existencial da educa??o, da universidade e da cultura, lembrando também o caráter da Universidade pública brasileira com respeito às institui??es privadas e à hegemonia do privado sobre o público. Lembro ent?o que a conquista da autonomia universitária data de 1944, e foi associada à Educa??o pública como la?o social. Diante da Universidade anglo-sax?, de tradi??o apolítica,limitada ao recinto acadêmico,à neutralidade científica e a sua representa??o administrativa de caráter empresarial e lobbysta, as Universidades públicas brasileiras possuem uma vantagem política e moral. Ao resistir à interferência dos poderes do Estado, a interesses e valores extrínsecos à autarquia e à liberdade de pensamento, a seus critérios de produtividade e eficiência que respondem ao mercado e operam no curto prazo, o que a Universidade deve contestar é a apropria??o privada da ciência e da técnica que, transformadas em for?a produtiva no capitalismo contemporaneo, operam em simbiose com a reposi??o, acúmulo e acréscimo do capital. Por entender a Universidade como esfera pública, como espa?o comum compartilhado, à distancia das determina??es diretas das for?as econ?micas e de seus agentes (governos, funda??es, empresas, etc) e cientes das prescri??es do BID(Banco Interamericano de Desenvolvimento) e demais agências mundiais de controle dos gastos públicos, confrontados ao progressivo abandono de investimentos em cultura e educa??o por parte do Estado (lembre-se que no Brasil a educa??o pública responde pelo obsceno teto de 20% dos estabelecimentos de ensino) e sobretudo conscientes de que a esfera pública da educa??o é um dos únicos espa?os em que ao menos uma forma de igualdade—a de acesso à “ vida do espírito” -- poderia ser exercida entre as classes, é que me proponho a indicar as conseqüências da política neo-liberal que amplia o número de vagas sem investimentos co